Quando começo a ler um livro, seja apenas um ou
uma série, sou acometido por dois sentimentos distintos. O primeiro é a vontade
excruciante de terminar a leitura, descobrir o final da história. O segundo é o
desespero de pensar que, quando acabar, o que lerei?
Passei por isso ao ler Harry Potter. A cada livro,
o desejo de descobrir o final e assim, encontrar as respostas para as perguntas
(sendo que a cada livro surgiam novas perguntas) me fazia lê-lo
enfurecidamente. Cheguei ao meu recorde de iniciar um livro na sexta feira à
tarde e termina-lo na segunda à tarde, exatas 72 horas depois, sendo que o fim
de semana eu viajei e quase não li. Quando encerrei o último livro, perguntas
respondidas. Mas e a partir dali? Como seria? Ler o quê?
Na mesma época eu já havia sido apresentado à obra
de Dan Brown. Anjos e Demônios, Ponto de Impacto, O Código da Vinci, Fortaleza
Digital, O Símbolo Perdido. Nesta ordem, Dan Brown foi a minha salvação, o que
me retirou do ócio da leitura. A cada livro, novamente a vontade de descobrir o
final, entender a trama. Mas o mesmo sentimento de perda, ainda antes, quando
eu me dava conta de que ao termina-lo, não teria mais o que ler.
Nesse mesmo período li tantos outros livros. Anne
Rice, A Saga Crepúsculo, A Farsa, Eragon, e ainda outros. Porém, nenhum com a
mesma ânsia que me trouxesse esses sentimentos novamente.
Eis que há algum tempo assisti no cinema o filme
Jogos Vorazes. Quando minha prima Aline descobriu que se tratava de uma
adaptação literária, correu atrás até que conseguiu encontrá-los – Jogos
Vorazes, Em Chamas e A Esperança – e depois que ela leu
me emprestou.
E enfim aqueles sentimentos voltaram com toda a
força, como eu não via desde que li O Símbolo Perdido, último livro que
realmente me prendeu da primeira à última página. Desde que li o primeiro,
Jogos Vorazes, a vontade de terminar, descobrir como a autora Suzanne Collins
conduziria essa trama até seu fim – de maneira magistral, diga-se de passagem –
me assomou novamente.
Foram apenas três livros, uma média de 1200
páginas, devorados em apenas 23 dias. Proeza essa que apenas uma boa história,
bem contada, é capaz de realizar.
Perdoem-me
os fãs da Saga Crepúsculo. Não tirando o seu mérito, de Stéphanie Meyer, mas
Suzane Collins criou uma história muito mais convincente em Jogos Vorazes.
A trama não se perde no triângulo amoroso
formado por Katniss Everdeen, Peeta Mellark e Gale Hawthorne, transformando-o apenas em mais uma peça desta trama tão bem entrelaçada. Não há um romance
meloso, um casal apaixonado separado pela eternidade.
Há uma protagonista
forte, capaz de qualquer coisa para defender sua família, inclusive se
voluntariar aos Jogos Vorazes, um reality show exibido pela Capital para toda a
nação de Panem onde 24 tributos lutam pela própria vida, como os Gladiadores de Roma.
Há uma trama política, onde ninguém é o que parece ser e encontrar alguém em quem
confiar pode ser mais perigoso do que participar dos próprios Jogos.
E há a
magia da trama criada por Suzanne Collins que com sua imaginação, me presenteou
com um dos melhores livros que eu li nos últimos anos.
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