quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Vida da Gente...

        Ps: Em itálico, uma breve sinopse da trama. Pode pular caso não queira ler.



        Ontem, 26 de setembro, a novela A Vida da Gente completou um ano de sua estreia. Esta foi também a estreia da autora Lícia Manzo como autora titular de novelas, depois de ser colaboradora de Antonio Calmon em Três Irmãs e redatora final do seriado Tudo Novo de Novo.

       



        A Vida da Gente girava em torno das famílias Macedo e Fonseca. Ana e Manu eram filhas de Eva Fonseca, que há muito estava casada com Jonas Macedo que era pai de Rodrigo. Já no primeiro capítulo, Eva pegou seu marido com a personal trainner Cris e pediu o divórcio, logo quando seus filhos Ana e Rodrigo descobriam estar apaixonados e, para piorar, Ana descobria estar grávida, o que colocava em risco sua brilhante carreira como tenista.
        Pensando estar fazendo o melhor por sua filha, Eva levou Ana para a Patagônia, com o apoio de Vitória - técnica de Ana -  alegando que ela precisava se recuperar de uma lesão. Inicialmente, o plano de Eva era dar a criança para a adoção. Mas após uma conversa com Alice (filha que Vitória abandonou para adoção), Ana decidiu não entregar a filha.
        Eva então, sem avisar à filha, registrou a criança como sendo sua. Quando voltaram ao Brasil, após muitos acontecimentos, Ana decidiu que cuidaria de sua filha com a ajuda de sua irmã Manu e de sua avó Iná. Mas um acidente fez com que Ana passasse 6 anos em coma e, quando esta acordou, percebeu que a vida de todos havia continuado. Chocada, Ana descobriu que sua irmã Manu casou-se com Rodrigo, seu antigo amor - Manu e Rodrigo se tornaram muito amigos, enquanto ela o ajudava a criar Julia, sua filha com Ana. Mesmo sabendo que sua mãe estava no hosítal, Julia chamava Manu de mãe pois era quem ela via como tal. Dessa amizade e união, surgiu um amor entre os dois que acabaram casando e criando Julia como filha, para desespero, principalmente de Eva que acusava Manu de deixar Ana no estado em que se encontrava.
        Após sair do coma, Ana tinha então que recomeçar sua vida. Reconquistar seu lugar como mãe de Julia era o principal. Foram muitas tentativas, principalmente com a ajuda do médico Lúcio - com quem Ana viria a se envolver - e de sua irmã a quem ela perdoou pouco depois. Aos poucos tudo se encaixava, mas o amor mal-resolvido entre Ana e Rodrigo pôs tudo a perder, acabando com a amizade das irmãs. No fim, após um acerto de contas entre elas e uma enfermidade de Júlia, as irmãs voltam a se acertar. Ana termina a trama ao lado de Lúcio e Manu fica com Rodrigo.

Abertura de A Vida da Gente ao som de Oração ao tempo na voz de Maria Gadú.

        Com apenas 137 capítulos, Lícia Manzo nos presenteou com uma novela simples e bonita. A Vida da Gente não tinha reviravoltas mirabolantes, nem vilões extremamente malvados, nem personagens caricatos. Seus personagens eram críveis, realistas, mas acima de tudo folhetinescos. Eram pessoas que poderiamos encontrar em qualquer esquina. Não havia mocinho extremamente bonzinho. Ana, a protagonista, "roubou", em determinado momento, Rodrigo de Manu, após ter se envolvido com Lúcio. Manu se casou com Rodrigo, criou a filha dele com Ana. Rodrigo Manu com Ana, seu antigo amor.

        Lícia conseguiu contar uma bela história utilizando de tramas verdadeiras, realistas, sem exageros. Soma-se a isso a bela direção de Jayme Monjardim e tivemos, todos os dias às 18 horas, uma novela agradável de se assistir. Seu texto realista pode ser comparado ao de Manoel Carlos, autor de novelas como Mulheres Apaixonadas e Laços de Família, com quem a autora nunca trabalhou antes. Lícia pecou um pouco apenas na falta de comédia e pelo apelo emotivo.

        Muitos foram os destaques na novela. Ana Beatriz Nogueira brilhou com sua Eva, a mãe possessiva de Ana. Gisele Fróes como Vitória, técnica de Ana, também mostrou todo o seu talento, defendendo sua personagem. Maria Cláudia foi um dos melhores destaques da trama, um verdadeiro presente vê-la em cena com sua "ovelha negra" Nanda. Seu texto era ótimo, sagaz, divertido. A pequena Jesuela Moro também esteve ótima ao lado de Rafael Cardoso (que se mostrou muito mais maduro se comparado ao seu papel anterior em Tititi) e Marjorie Estiano, que dispensa apresentações e elogios. Mallu Galli, Leona Cavalli, Claudia Melo, Daniela Escobar, Regiane Alves. Essa foi praticamente uma novela feminina, onde os homens eram apenas meros coadjuvantes nas histórias das mulheres.

        Mas a maior surpresa foi, sem dúvidas, Fernanda Vasconcelos. Fernanda nunca foi - ou melhor, não era - um poço de talentos. Apesar de esforçada, ela derrapava muito principalmente em cenas dramáticas. Mas em A Vida da Gente Fernanda mostrou que está melhorando a cada dia. Estava segura, confiante em seu trabalho. Prova disso foi a cena da discussão entre as irmãs.

http://tvg.globo.com/novelas/a-vida-da-gente/capitulo/ana-procura-manu-e-as-irmas-discutem.html#cenas/1812817
(link para a cena da briga entre as duas irmãs, que não está no youtube).

        A Vida da Gente não foi um sucesso de audiência, tendo apenas 22 pontos de média geral, quando sua meta era 25 pontos e suas antecessoras Cordel Encantado e Araguaia deram, respectivamente, 26 e 23 pontos. Mas a novela teve grande repercussão perante o público e a crítica, que muitas vezes soltou elogios à trama, ao texto, à direção e ao elenco.

        A novela deixou um gostinho de quero mais, merecendo, futuramente, uma reprise no Vale a Pena Ver de Novo (quando a globo desistir das re-reprises). Agora é esperar pelo próximo trabalho da autora Lícia Manzo, que venha novamente uma bela novela.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Top 15: A música e a Dramaturgia.

E finalmente, o Top 5 das músicas que, na minha opinião, mais marcaram na dramaturgia brasileira.

Só recapitulando, as músicas não expressam meu gosto musical. São músicas que, quando em algum momento eu as escuto, lembro imediatamente daquela novela, daquele personagem a qual a música pertenceu.





TOP 5:



E na quinta posição do ranking, uma música que com certeza ficou na cabeça de muita gente que acompanhou a novela Caminho das Índias. O refrão era mais que uma febre, uma praga. Daquelas contagiantes que impregnava quem o escutava. Na voz da banda Calcinha Preta, "Você não vale nada" com certeza fez muita gente dançar e até hoje, se eu escuto em algum lugar, lembro na hora da personagem Norminha, interpretada por Dira Paes, responsável por cenas cômicas na novela. Norminha era casada com Abel interpretado por Anderson Müller e todas as noites, dava ao marido um copo de leite. Após beber, Abel pegava no sono e Norminha aproveitava para escapar. Desfilava pela rua com suas roupas curtas que destacavam as curvas de seu corpo, deixando à mostra as rendas de seu sutiã. Há quem compare a personagem à falsa religiosa Creuza, interpretada por Juliana Paes em América (ambas escritas por Glória Perez). Comparações à parte, abaixo um clipe da música com cenas da personagem para quem gosta do hit!
 



domingo, 16 de setembro de 2012

Resident Evil: Retribuição - crítica

trailer 1
trailer 2
 
Ada Wong, Leon S. Kennedy, Albert Wesker, Jill Valentine e Barry Burton. Protagonistas dos jogos que aparecem no quinto filme da franquia. Faltou Carlos Oliveira, que tem uma aparição mísera, dispensável, e a Alice, que apesar de eu gostar do trabalho da Milla Jovovich, me recuso a colocá-la.
 
ATENÇÃO:
Esse texto contém spoiler. Se você pretende assistir ao filme, não leia.

         Reunir personagens tão importantes para os fãs de uma saga que se iniciou em 1998, em uma adaptação cinematográfica não é tarefa fácil. Anos depois de adaptar Mortal Kombat para as telonas, o diretor, roteirista e produtor Paul W. S. Anderson decidiu se aventurar pelo universo de terror do jogo da Capcom, Resident Evil.

         Sexta feira estreiou a quinta parte da franquia, Resident Evil: Retribuição. Como fã da saga nos videogames (apesar de não ter assistido a nenhum dos anteriores no cinema) decidi por assistir a esse no cinema, e em 3D. O trailer, que eu vi no domingo passado me deixou extasiado. Ver Leon, Ada, Jill e Barry em um mesmo filme era mais do que um sonho.

         Fui hoje ao cinema. O filme começou. Passou. Acabou. E deixou a sensação de 'cadê a história?'.

         O filme começa imediatamente após o fim do quarto filme, Quando Jill, sob o comando da Umbrella ataca o navio de refugiados comandado por Alice. Após uma batalha - com ótimos efeitos - digna de qualquer jogo, menos de Resident Evil, Alice acorda em uma casa, com marido e filha. A casa é atacada por zumbis que correm e sobem as escadas (a partir daqui, spoiler) e após muita fuga, ela salva a filha com a ajuda de Rain (a personagem de Michelle Rodrigues que morreu no final do primeiro filme) mas é atacada por seu marido que se tornou zumbi. Alice acorda então presa em uma cela, sendo interrogada por Jill. Claire e Chris, que apareceram nos filme anteriores da série, simplesmente sumiram (para bom entendedor fica claro que foram sequestrados pela Umbrella, mas nenhuma desculpa nos é dada).

         Do nada a segurança é desarmada e Alice consegue fugir da cela. Se embrenhando pelo laboratório, ela se depara com Ada Wong (a cena é uma recriação exata do reencontro entre Leon e Ada no castelo em RE4, incluindo a arma jogada ao alto, o pulo de Ada terminando com ela apontando a arma para Leon e ele com a faca em seu pescoço, mas dessa vez, é Alice quem recria a cena com a bela de vermelho, primeiro ponto a me deixar com raiva).

         É então que começa a história - ou melhor, deveria começar. Alice descobre que Ada e Wesker estão juntos contra a Umbrella e contam com o apoio de Leon, Barry e mais dois figurantes que estão ali apenas para morrer nas mãos dos famosos monstros da série - o Licker está presente (e dessa vez muito mais bem feito que o do primeiro filme), o assassino da serra elétrica de RE4, o grandão do machado e os Majins de RE5.

         Há algumas sequências de fugas, personagens separados, e Alice enfrenta com a pequena ajuda de Ada os gigantes de RE5. Claro, como não poderia deixar de ser, é Alice quem os derrota, sendo a inteligente que tem a idéia mirabolante de atirar no tanque do carro. As duas atiram, mas é a bala da arma de Alice que faz o tanque explodir. Assim como é Alice quem mata os Lickers, é ela quem traz Jill de volta para o lado do bem e é ela quem mata Rain. Ou seja, apesar do elenco estelar dos jogos, é Alice quem continua mandando e desmandando nos filmes.

         Disso aliás, nem vale a pena reclamar. Sempre foi assim, e assim será enquanto a franquia seguir esse ritmo. O problema do filme vai além da presença constante de Alice. Leon, Barry e Ada simplesmente aparecem do nada. Tem uma ligação com a Umbrella, ok. Mas qual a função deles? O que faziam antes quando o mundo estava se acabando por conta do vírus? Nada é explicado. Claire, quando surgiu em RE Extinção, era uma fugitiva que buscava um lugar seguro com alguns sobreviventes. Jill em RE Apocalypse já era uma policial de Raccoon City, enfrentou os zumbis enquanto Alice dormia após os eventos do primeiro filme. Já Barry, Leon e Ada surgem simplesmente como agentes em busca de Alice, sem uma informação adicional, que possa ajudar a entender a participação deles no filme.

         O diretor disse em entrevista que havia feito uma pesquisa com o público para saber quem eles queriam ver no próximo filme. Esses foram os escolhidos. Mas poderiam ganhar uma história mais decente, não apenas coadjuvantes, escadas (termo usado para definir o personagem sem função que serve apenas para dar destaque a um protagonista) para Alice.

         Outro ponto sem explicação é a presença de personagens dos primeiros filmes. Rain que morreu e se transforou em zumbi dentro do trem ao final do primeiro filme aparece viva e em dose dupla. Carlos Oliveira, que se matou em uma explosão de um caminhão tanque no final do terceiro filme também aparece como um dos seguidores de Jill, tendo uma morte digna de figurante (nem me lembro como foi). E o capitão (?) One, personagem que morreu dentro de um corredor, tendo seu corpo atravessado por uma teia de raio laser também está no filme. Para quem acompanha a série de filmes pode-se concluir que eles sejam apenas clones, assim como a própria Alice tem seus vários espalhados pelos laboratórios da Umbrella. Mas explicaçõe acerca de suas presenças não são dadas, deixando-nos apenas com especulações.

         Outra decepção, para ser somada à lista é a morte do personagem Barry Burton. Sem começo, sem meio e agora sem um fim digno, um dos personagens mais importantes do jogo apareceu e sumiu como se fosse apenas mais um personagem qualquer.

         As cenas de ação foram muito bem feitas, com efeitos ótimos, principalmente em 3D, mas pecaram pela falta de estrutura, de motivação. Alguém aparecia em algum lugar, vinha um bando de inimmigos e tudo começava. Alice aparecia, salvava o mundo e pronto, tudo acabava. Um ponto forte foi a caracterização dos personagens. Barry ficou identico ao de RE1 com a jaqueta vermelha, porém mais magro, mais jovem e menos carrancudo, Leon com sua jaqueta de couro do RE 4 e a franja que marcou o personagem, e a mais impressionante de todas, Ada Wong, com o mesmo vestido vermelho, o mesmo corte de cabelo e a mesma sensualidade da personagem no RE4.

         A saga começou bem com o suspense de RE O Hospede Maldito, as referências aos jogos de RE Apocalypse, mas desde o RE Extinção vem se perdendo em sua história. Perdendo fôlego. Eu, como fã que sou, acho que deveriam partir para um reboot e começar a contar a história do começo, em Raccoon City, com os personagens que consagraram a história. E de preferência com um diretor menos 'viajante' do que o Paul Anderson.

         Mas, enquanto isso não acontece, o jeito é aceitar o que temos e esperar os próximos filmes sairem em dvd, pois se a história continuar seguindo o rumo que está seguindo, não valerá a pena assistir aos próximos no cinema.

domingo, 2 de setembro de 2012

Top 15: A música e a Dramaturgia.



TOP 7:
 

Entre 1997 e 1998, o autor Manoel Carlos escreveu uma das novelas mais emocionantes e mais lembrandas da dramaturgia, Por Amor, onde contava o drama de Helena vivida por Regina Duarte. Mãe de Maria Eduarda (Gabriela Duarte), Helena se casava com Atílio (Antonio Fagundes) enquanto a filha se casava com Marcelo (Fabio Assunção). As duas engravidavam ao mesmo tempo, mas após parto, o filho de Eduarda morria. Como ela não poderia mais ter filho, Helena abriu mão de sua felicidade, trocando seu filho saudável pelo filho morto de Eduarda. Assim, a jovem poderia experimentar a sensação de ser mãe. Com isso, Helena colocou em risco seu casamento com Atílio que sonhava em ser pai. Mas um casal roubou a cena na trama com seus momentos quentes e apaixonados: Milena e Nando interpretados por Carolina Ferraz e Eduardo Moscovis.
Na 7ª posição, escolho a música Palpite, na voz de Vanessa Rangel, responsável por embalar os momentos apaixonados desse casal.




TOP 6:



Ela enfrentou uma depressão. Mas superou as dificuldades e conquistou seu espaço. Hoje é uma das artistas mais conceituadas no gênero sertanejo (e quando digo sertanejo, não é pop sertanejo, é sertanejo de verdade, dos bons). Paula Fernandes já tinha uma carreira longa, mas bastou emplacar a música Jeito de Mato na novela Paraíso de Benedito Ruy Barbosa para sua carreira decolar de uma vez. A música foi tema do casal Santinha e Zeca - interpretados por Nathalia Dill (em sua primeira novela após malhação e já como protagonista) e Eriberto Leão. O casal tinha uma química incrível e mesmo o primeiro beijo demorando para sair, com certeza muita gente torceu pela felicidade dos dois. Talvez o melhor casal protagonista dos últimos tempos.
Na 6ª posição, Jeito de Mato, interpretada por Paula Fernandes com participação de Almir Satter.