terça-feira, 15 de maio de 2012

Helenas, de Lilian Lemmertz a Julia Lemmertz...



Depois de alguns dias em off, consegui voltar rs. E com uma notícia que, para mim, é um verdadeiro presente!

Manoel Carlos, que para mim é o melhor autor de novelas da atualidade, voltará ao horário nobre da Globo.

Sua ultima novela foi Viver a Vida, em 2009, protagonizada por Tais Araújo que ficou responsável por carregar o título de Helena - uma de suas marcas registradas, além da Bossa Nova e do Leblon - e por Alinne Moraes. Na ala dos galãs contou com José Mayer, Thiago Lacerda e Mateus Solano.


Na entrada do 14º Prêmio Contigo, onde o autor foi homenageado, Maneco, como é conhecido, disse que pretende se dedicar apenas às minisséries após encerrar essa novela. "Meu trabalho na TV continua. São 60 anos de carreira. Mas Helena vai ser a última".

A primeira Helena da carreira de Manoel Carlos foi na novela Baila Comigo, interpretada por Lilian Lemmertz, mãe de Júlia Lemmetz que interpretará, não coincidentemente, a última Helena do autor. "Escolhi a Júlia Lemmertz para esse papel. Comecei na TV com a mãe dela [a atriz Lílian Lemmertz] e vou encerrar o ciclo com ela".

É de se imaginar que venha por ai mais uma novela com diálogos longos, sentimentais, dramas familiares, merchandising sociais, Leblon e Bossa Nova ao excesso, afinal, são as marcas registradas do autor. Mas é justamente isso que ele faz tão bem. É o autor que mais consegue aproximar as novelas das pessoas.
Impossivel falar de Manoel Carlos e não lembrar do número de doadores de medula que aumentou após Laços de Família, ou das novelas Mulheres Apaixonadas e Páginas da Vida que trouxeram à tona problemas enfretados por idosos e portadores de Sindrome de Down. Além da violência sofrida pelas mulheres ou do alcoolismo, sempre retratado em suas novelas.
Uma das reclamações por parte do público, com relação às tramas do autor, é o fato de que todos os seus personagens são ricos. Manoel Carlos se defende dizendo que escreve sobre aquilo que ele vê, que ele conhece, que é o bairro do Leblon onde mora há tantos anos. De lá saem seus personagens, das pessoas que ele conhece ali, que ele conversa, escuta, vê, convive.
Nisso entra outro detalhe importante. Mostrar que não são apenas os menos favorecidos que enfrentam problemas em família. Não é só o pobre que bebe. Ou que bebe e bata na esposa. Ou que se prostitui, trai. Não são problemas ligados a condição financeira, mas ao próprio ser humano, independente do bairro onde mora ou do saldo na conta bancária.
Há quem considere as tramas do autor lentas, sem acontecimentos. Mas o charme de suas novelas está na profundidade de seus diálogos, na emoção que seus personagens carregam. Não nas reviravoltas, ou nos vários assassinatos que alguns autores usam para segurar o público - e muitas vezes não conseguem.

Que venha uma novela lenta, com diálogos longos à mesa do café da manhã, comentários sobre as notícias dos jornais, Leblon, Bossa Nova. Que venha, mais uma vez, o Mestre da dramaturgia Manoel Carlos!!!

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